Quanta
emoção perniciosa nos causa as noticia dos jornais e noticiários. Vemos todos
os dias assassinatos e atrocidades com requintes de crueldades, são atos de
desprezo à vida, e desrespeito às leis dos homens e de Deus.
Revolta,
raiva, desejos de justiça e vingança invadem nosso ser. Nossa reação cresce proporcionalmente
à agressividade do ato e a inocência e incapacidade da vítima de se defender.
Quantos de nós nos transformamos ao ver abusos cometidos contra animais,
crianças ou idosos, justamente aqueles seres que tem maior necessidade de
proteção por serem os
mais
indefesos. Identificamo-nos com as pobres criaturas vitimadas e nos sentimos
quase tão agredidos quantos aqueles que foram ultrajados. Queremos ver a
justiça feita a qualquer custo e dificilmente nos lembramos da caridade e do
perdão que pregamos nos momentos de calma.
Mas, o que
não percebemos, e que quando nós deixamos dominar por essas emoções, encadeamos
uma queda vibracional que gera uma sintonia psíquica que não só atinge ao agressor
como a nós mesmos.
“Os maus pensamentos corrompem os fluídos espirituais, como os
miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV,
item 16.
Pensemos o
que leva uma pessoa que prega todo dia a caridade e o perdão a se revoltar de tal
forma? E desejar muitas vezes a volta da lei de talião, lex de talis, conhecida
pela máxima: “olho por olho, dente por dente”.
Rapidamente esquecemos
os ensinamentos de Jesus Cristo, do espiritismo, e demais fontes de amor e
caridade. Somos tomados por impulsos quase descontrolados que nos causam
tristeza, depois indignação, revolta e muitas vezes desejos de justiça
vingativa e cruel. Essa modificação de emoções se originam de nossa parte mais
instintiva, como uma reação de auto preservação pessoal e da espécie como um
todo.
Identificamos
aquele agressor como um potencial perigoso à nossa existência e a própria
manutenção do grupo. Para entendermos por que isso ocorre temos que considerar
o cérebro humano.
Mas é claro
que o cérebro não surgiu com nossa espécie.
O animais
possuem cérebros que se assemelham ao dos humanos, mas se apresentam cada vez
mais “simples” conforme descemos na escala evolutiva. O curioso é que, embora
nossa massa encefálica tenha se aperfeiçoado ao longo dos milênios, as
estruturas básicas, que formavam os cérebros mais primitivos, se mantiveram. Ou
seja, podemos dizer que nosso cérebro humano contém um cérebro de réptil em sua
base principal com acumulo de camadas mais evoluídas ao redor.
Estrutura
mais primitiva é o tronco cerebral, responsável pelos instintos mais básicos.
Depois disso, surgiu o sistema límbico,
que é onde se processam as emoções. E foi dele que evoluiu o cérebro pensante,
responsável pelo raciocínio - o neocórtex.
No sistema
límbico existe um componente cuja função cerebral é ser uma espécie de alarme
que desencadeia reações de proteção em caso de alguma emergência. Ao perceber
algum perigo, desencadeia uma reação, que sempre será de fuga ou de agressão,
porque essa é a maneira instintiva de manter a vida. O curioso é que essa parte
do cérebro recebe a informação do perigo antes do neocórtex. Por isso, a reação começa antes mesmo que a pessoa tome
consciência do perigo.
Muitas vezes
nem há risco de verdade, e são provocadas reações às vezes desproporcionais ao
fato. O neocórtex, ou seja, o
raciocínio foi superado e controlado pelo instinto de preservação por alguns
instantes. Muitas vezes isso é bom, porque aumenta a velocidade da resposta
diante de um perigo. É o que faz uma pessoa saltar ao perceber um carro
aproximando-se em alta elocidade. O problema é que essa situação se repete
também quando há outro tipo de perigo,não físico,
mas emocional.
Durante uma
divergência de opinião, por exemplo, você pode perceber, repentinamente, uma
espécie de perigo causado pelo rumo da discussão. Ou quando estamos dirigindo
um carro e sofremos algum tipo de inconveniente, como uma fechada ou
ultrapassagem que nos assusta. Isso se dá de modo inconsciente e você não nota que
está sendo tomado pelo sentimento de preservação de sua vida, ainda que seja a
vida emocional. Sente apenas uma sensação de desconforto e medo, seguido da
necessidade de agredir.
Percebemos
então a causa desta reação que parece tão incoerente. Quando vemos ou ouvimos
uma noticia que nos traz a sensação de perigo, algo que pode estimular nossa
auto preservação, reagimos instintivamente. Essa informação atinge primeiro a
parte do cérebro mais antiga responsável pela manutenção da vida, levando a uma
reação de agressividade.
Pouco tempo
depois ela atinge a região do raciocínio e muitas vezes conseguimos controlar
esse “desejo de justiça a qualquer preço” e modificarmos nossas atitudes.
Vejam vocês
o quanto são sabias as palavras de Jesus, quando nos diz “Orai e Vigiai”, devemos
orar, ou manter boas vibrações e vigiar, para não ceder aos instintos mais
primitivos.
“Estudando-se todas as paixões e, mesmo, todos os vícios, vê-se que
as raízes de umas e outros se acham no instinto de conservação, instinto que se
encontra em toda a pujança nos animais e nos seres primitivos mais próximos da
animalidade, nos quais ele exclusivamente domina, sem o contrapeso do senso
moral, por não ter ainda o ser nascido para a vida intelectual. O instinto se
enfraquece, à medida que a inteligência se desenvolve, porque esta domina a
matéria.” - Allan Kardec - A Gênese capt.III -
O bem e o mal.
As Consequências
“A ação dos Espíritos sobre os fluídos espirituais tem consequências
de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que
tais fluídos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar
as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades
boas ou más, dos pensamentos que os colocam emvibração, modificados pela pureza
ou impureza dos sentimentos” - Allan
Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16.
Compreendemos
melhor o que provoca reações tão fortes e perigosas em nosso ser, quando vemos
a chamada “mídia sangrenta” que em busca da audiência exacerba e busca as ações
mais chocantes e impregnadas de violência possíveis, observemos o que ocorre em
consequência dessa reação instintiva que tomamos.
Ao sentirmos
ameaçados tomamos geralmente a atitude de revolta e revide, emitindo sentimentos
carregados de energias pesadas e nebulosas. Para entendermos seus efeitos em nós
mesmos e na pessoa geradora de tal sentimento, observemos com atenção o texto a
seguir:
A vibração consiste em movimento inerente aos corpos dotados de
massa e elasticidade. O corpo humano possui características de inércia e
elasticidade que lhe conferem valores de frequência natural distintos,
relativos a cada uma de suas partes. Se uma frequência externa coincide com a
frequência natural do sistema, ocorre a ressonância, que implica em
amplificação do movimento. Assim, a energia vibratória associada a esse efeito
é absorvida pelo corpo, como consequência da atenuação promovida pelos tecidos
e órgãos. Este fator de risco é focalizado nas NR-9 e NR-15, do Ministério do
Trabalho e Emprego, sendo estabelecido que a avaliação da exposição ocupacional
de vibração deve ser realizada com base nas normas ISO-2631 e ISO-53831.” -
Vibrações e o Corpo Humano: uma avaliação ocupacional. Soeiro, N.S.- Grupo de
Vibrações e Acústica, GVA – UFPA- (Universidade Federal do Para).
A
preocupação com a “vibração” é tão grande que existe até uma regulamentação trabalhista
para a sua exposição física. Imaginar que uma vibração que coincide com a frequência
de um sistema provoca uma ressonância que amplifica aquele sistema, e por lógica
uma vibração que é díspar ao sistema diminui a ação do mesmo, não difere em
nada do entendimento da doutrina espírita. Muito pelo contrario a confirma e
exemplifica.
Assim quando
alteramos a frequência de nossas vibrações diminuindo o padrão entramos em
sintonia ou ressonância com padrões afins. Ou seja, quando vibramos agressividade
e violência emitindo ondas em todas as direções, mas principalmente concentradas
na direção daquele que foi o gerador principal da reação, estamos entrando em ressonância
com ele estimulando para que ele se torne mais agressivo e violento. Fora essa
ação direcionada, são emitidas vibrações de violência em todas as direções que
por onde vão encontrando ressonância vão aumentando e estimulando um mundo mais
perigoso e violento. O mesmo ocorre em nossa casa e em nossa família.
“A questão da sintonia psíquica é de relevância incontestável.
Fenômeno inconsciente que decorre dos hábitos mentais assumidos pelo indivíduo,
deve ser examinado em profundidade, necessitando de acurado esforço, a fim de
que abandone as baixas e densas faixas do abatimento e da viciação, ascendendo
àquelas nas quais se haurem forças e estímulos para os cometimentos de
sucesso.” – “Conveniente, por isso, o cultivo do otimismo e a realização de
trabalhos que desloquem a mente indisciplinada ou mal educada, induzindo-a a
novos exercícios e hábitos de que decorrerão resultados diversos”. Afinas com o
que sintonizas. Estás com quem ou com o que preferes. Cada ser nutre-se nos
redutos mentais em que localiza as aspirações. Em consequência, os que aspiram
fluidos deletérios da irritação constante, da sistemática indiferença ou da
prevenção contumaz perturbam-se, arrojando-se ao desequilíbrio ou intoxicam-se
interiormente, dando origem e curso a distonias nervosas que culminam com a
loucura ou as aberrações de outra natureza. - Joanna de Ângelis - Livro: ‘Leis Morais da Vida’ - Divaldo P.
Franco.
Vigilância e Controle
“Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem,
tanto uns para com outros, como para com todos” – Paulo – Tessalonicenses, 5:15
Entendemos
agora, quando os monges e religiosos de outras escolas se enclausuram e ficam
meditando e orando em favor da humanidade. Se seus sentimentos são elevados e
bons possivelmente estão realmente ajudando o mundo em que vivemos. Obviamente
boas ações e relações caridosas e fraternas também são muito importantes, mas a
vigilância de nossas emoções e pensamentos também cooperam para um mundo
melhor.
Procuremos
vigiarmo-nos. Evitando prolongar essa reação de indignação, revolta e agressividade
instintiva.
Quando nos
depararmos com notícias chocantes sobre fatos violentos, não nos esqueçamos da caridade,
do perdão, da lei de causa e efeito. Tentemos substituir pensamentos de
violência e vingança, pelas lições de Jesus, de amor ao próximo.
Procuremos
entender e ponderar os motivos e as razões. Utilizemos a doutrina espírita para
buscar uma compreensão. Utilizemos o conhecimento da reencarnação, as leis
ensinadas por Kardec e todas as outras lições espíritas para conseguimos ser
fraternos, não só às vítimas, mas, principalmente aos algozes. Vibrando amor
por aqueles que estão repletos de ódio e violência, provocaremos um enfraquecimento
desses sentimentos negativos.
Encontraremos
ressonância do amor em outros corações e estaremos multiplicando esse
sentimento no mundo, tornando a humanidade melhor e mais segura. Gravemos em
nossos corações a lição de nosso mestre Jesus: "Digo, porém, a vós que me
ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos
que vos maldizem, orai pelos que vos insultam” (Lucas 6:27-31)
Texto de Dr. Ricardo Capuano – médico Veterinário e apresentador
do quadro ”Consciência Animal”, veiculado na Rádio Boa Nova, todas às segundas-feiras
dentro do Jornal Nova Era (12h:00min) e do RBN de Notícias (18h300min) e também
apresentador do programa Nossos Irmãos
Animais, todas às sextas-feiras às 16h:30min, juntamente com Mirian Lúcia,
Ivany Lima e Silvia Nogueira.
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